A Favela 3D é a transformação das favelas em ambientes Dignos, Digitais e Desenvolvidos. Desafiando o potencial humano no seu limite. Favela 3D prevê ainda melhorias nas moradias, abastecimento de água e tratamento de esgoto.
Nós estamos desafiando o potencial humano no seu limite, testando nossa capacidade de criação e inventividade para entregar um futuro sem pobreza nas favelas. Um projeto inovador, único e revolucionário. Vamos reestruturar as favelas para promover uma transformação completa, focada na melhoria da qualidade de vida de seus moradores.

O projeto Favela 3D, anunciado na Favela do Haiti no início do ano, começou a apresentar resultados. A comunidade da Vila Prudente, na zona leste, que é lar de cerca de 300 famílias, recebeu melhorias nas moradias, construção de sobrados sustentáveis, abastecimento de água e tratamento de esgoto, além de ações de empregabilidade, empreendedorismo e capacitação profissional.
Fruto de parceria da Prefeitura de São Paulo com os organizadores do festival The Town, com as ONGs Gerando Falcões e Vozes da Periferia e com as empresas Gerdau e Fundação Grupo Volkswagen, as ações incluem a revitalização da Praça Chicão, inaugurada no dia 24 de agosto, que passou por obras de infraestrutura, ganhou área de lazer e o mural de grafite “Raízes do futuro”, feito pelo artista Wes Gama com apoio da comunidade local.
O novo nome da praça foi escolhido pelos moradores e sua idealização contou com a participação de alunos voluntários da Escola da Cidade. O espaço tem dois decks de madeira, um palco para shows e um novo parquinho para as crianças, com balanço, gangorra e um jogo de amarelinha.

O mural traz com desenhos vibrantes e coloridos temas importantes para a história da comunidade, como a natureza que representa as origens haitianas e margaridas, simbolizando empoderamento feminino. Obras de canalização da rede de esgoto e pavimentação também melhoraram a área da praça, segundo a Prefeitura.
Empregabilidade e empreendedorismo
Em levantamento da Gerando Falcões que precedeu as obras foi identificado que 17% dos moradores estavam desempregados — percentual maior que a média da cidade, que é de 8%.
Baseada nesse cenário, a Prefeitura promoveu ações de empregabilidade, empreendedorismo e capacitação profissional na região. Mais de 45 pessoas foram contratadas via Programa Operação Trabalho (POT) para agricultura nos cuidados da horta comunitária e para o POT Zeladoria, que engloba cuidados de praças no entorno.
No mês de maio, a Favela do Haiti recebeu as unidades móveis do Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) e da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Ade Sampa), que oferecem atendimento para trabalhadores à procura de emprego, qualificação ou apoio ao empreendedorismo.
Entre os próximos passos estão previstos a construção do Centro Comunitário; cursos de maquiagem e educação financeira e o programa Jovem do Futuro, em parceria com a Escola da Cidade, informa a Prefeitura.
A iniciativa promoverá cursos para aperfeiçoamento de competências socioemocionais e técnicas com foco na preparação de jovens de 16 a 20 anos para o mercado de trabalho.



Favela 3D
Um medidor de evolução, o “dignômetro”, foi instalado para acompanhar as entregas previstas. Até o fim de agosto, 67% dos espaços tinham passado por revitalização, 28% das moradias transformadas com melhorias como reformas de banheiro e troca de portas e janelas, 66% das pessoas inseridas no mercado de trabalho e 23% qualificadas para o mercado.
O projeto Favela 3D adota uma metodologia de atuação sistêmica baseada na colaboração entre entidades do terceiro setor, poder público e empresas privadas para propor soluções de combate à pobreza nas comunidades participantes. Os três Ds correspondem a “digna, digital e desenvolvida”.
Digital, digna e desenvolvida, assim é descrito o projeto ‘Favela 3D’, uma parceria do Rock in Rio que desembarca pela primeira vez no Rio de Janeiro, beneficiando o Morro da Providência através da ONG ‘Entre o Céu e a Favela’ com ações de revitalização.
O diferencial desse projeto é que nós favelados somos protagonistas. Estou muito feliz disso estar acontecendo pela primeira na Providência, primeira favela do Brasil — afirmou Cintia Santana, coordenadora da ONG Entre o Céu e a Favela.
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Ao todo, foram investidos R$ 7 milhões arrecadados e doados pelo festival para a Ação Cidadania e Gerando Falcões. Nesta primeira fase do projeto iniciado em janeiro deste ano, os moradores voluntários revitalizaram as áreas do Buraco, Sessenta e Ladeira do Faria, situadas na região central do Morro da Providência, no bairro da Gamboa. Mais de 250 famílias desses locais e 96% das crianças, maioria filhos de mãe solo, estão matriculados, além de um aumento de 15% na renda familiar dos beneficiários do projeto.
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— Não é para gente ficar aqui curtindo em festa e fingir que não tem nada acontecendo. Primeiro a gente resolve a fome e depois passamos para outras ações. Se é possível melhorar 80% das favelas desse país, é possível fazer tudo melhor — afirmou Roberta Medina, vice-presidente da Rock Word que administra o festival.
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São 11 projetos acontecendo no Brasil. E há negociação para tentar ampliar, segundo Roberta.
— Quando a gente fez a parceria e quando foi lançado o projeto estava no meio da emergência no Sul. A gente destinou rapidamente as doações. A gente continua arrecadando e vai ter mais uma parceria durante o festival nessa fase de reconstrução. Isso é muito importante. É a importância da cultura na mobilização da sociedade. A gente não seria o que a gente é hoje se não fosse pela cultura e por esse tipo de parceria — disse Daniel Souza, presidente do Ação da Cidadania.
A iniciativa do projeto busca levar uma urbanização e uma melhor infraestrutura para a Providência, entregando melhores serviços de educação para as crianças e jovens moradores do local.
— Mudar a perspectiva de vida, visando um futuro melhor, é o que move a ação social que tem como seu principal objetivo a redução da pobreza nas comunidades — afirmou Sérgio Rocha, diretor de comunicação do Instituto Gerando Falcões.